Concelho Macedo de Cavaleiros na rede mundial da UNESCO

O concelho transmontano de Macedo de Cavaleiros passa a integrar a partir de hoje a rede mundial de Geoparques da UNESCO, tornando-se no quarto de Portugal a receber a distinção do organismo internacional de Cultura.
A decisão oficial foi anunciada na madrugada de hoje, no Canadá, no final do sexto Congresso Internacional de Geoparques e é encarada no município "de inegável valor para o incremento do turismo" em Macedo de Cavaleiros.
A Rede Mundial de Geoparques criada em 2004 pela UNESCO, em parceria com a União Internacional de Ciências Geológicas, visa distinguir áreas naturais com elevado valor geológico, nas quais esteja em prática uma estratégia de desenvolvimento sustentado baseado na geologia e em outros valores naturais ou humanos.
O presidente da Câmara, Duarte Moreno, que se encontra no Canadá, onde acompanhou os trabalhos, publicou uma mensagem publicada no sítio da autarquia na Internet, em que defende que com esta distinção o território de Macedo de Cavaleiros "passa, a partir de agora, a ser reconhecido pela UNESCO com uma classificação que apenas mais três áreas no país possuem".
Além do Geoparques Terras de Cavaleiros agora reconhecido, existem em Portugal apenas três geoparques que integram esta rede mundial, nomeadamente na zona do Tejo, Larouca e nos Açores.
Para o autarca local, "Macedo de Cavaleiros assume, daqui para a frente, condições excecionais de visibilidade, essenciais para a sua promoção externa e consequente fomento do número de turistas".
Duarte Moreno encara esta classificação como "um reforço à necessidade de um trabalho conjunto, de cimentar sinergias e de todos contribuírem para o crescimento económico" deste território.
O Geoparque Terras de Cavaleiros é descrito como " um território inspirador e diversificado, que valoriza a qualidade de vida dos seus habitantes e daqueles que o visitam."
O território agora classificado como Geoparque Terras de Cavaleiros tem quase 700 quilómetros quadrados e guarda um "singular património geológico que dá a oportunidade de percorrer milhões de anos na história da Terra" e tem despertado o interesse de geólogos de todo o mundo.
O Maciço de Morais, apelidado de "umbigo do mundo" pelos geólogos, apresenta vestígios de dois continentes e de um oceano desaparecidos e envolvidos na formação daquela cadeia de montanhas, há mais de 280 milhões de anos, muito antes dos dinossauros, quando os dois continentes chocaram e empurraram a placa oceânica do fundo do mar que os separava.
Este valor geológico conjuga-se com "o notável património natural, a sua identidade cultural, os produtos locais, a rica gastronomia e a arte de bem receber das suas gentes".
Com a classificação da UNESCO, a autarquia pretende "contribui para a afirmação deste como um destino geoturístico de excelência, que proporciona vivências científicas, educativas e culturais, onde todas as vertentes desta abordagem contribuam para o desenvolvimento sustentável do território, mantendo intactas as suas características naturais e a autenticidade das suas gentes".