Exposição de Fotografia




Informação complementar:

Exposição de fotografias de Joana Magalhães Francisco

Inauguração: 27 Maio 19:30h

Exposição: 28 Maio a 8 Junho | Terça a Sábado 15:00 às 20:00h

Casa da Cultura dos Olivais
Rua Conselheiro Mariano de Carvalho, 68
Lisboa, Portugal
Assim vai a Língua Portuguesa...será influência do novo acordo?

Será a colocação da caixa multibanco tão alta, uma estratégia para nos obrigar a poupar???

O VERDADEIRO TRABALHO EM POLÍTICA!!!!!

O maior pote de ferro do Mundo, candidato ao Livro dos Recordes - «Guinness Book»



Foto de Nuno Alegria

É um objecto único, mas não é uma peça de museu. O maior pote de ferro do Mundo, candidato ao Livro dos Recordes - «Guinness Book» - foi feita em Portugal e vai servir para promover a gastronomia transmontana, na Norcaça & Norpesca, de 25 a 28 deste mês, em Bragança.

A \"panela à portuguesa\" (designação técnica), com três pés, tem 2,10 metros de altura, pesa 620 quilos, 1,28 metros de diâmetro exterior e capacidade para 1000 litros. Demorou cerca de cinco meses a ser projectada e executada por uma equipa de 20 pessoas. E dificilmente poderia ter sido feita em outro local que não na Alba, a fundição que marca a história de Albergaria-a-Velha, a maior metalurgia portuguesa na década de 50, a recuperar da crise que a abalou nos anos 90.

\"Foi decisiva a experiência dos trabalhadores mais antigos porque para fazer uma panela destas dimensões foi necessário recorrer a uma técnica que já não se utiliza\", refere Manuela Valença, directora geral da Alba, numa alusão à \"moldação à cércea\", um método também usado para fazer sinos e que passa, entre outros passos, por uma chapa, com o perfil da panela, que vai devastando a moldação em areia solidificada até a deixar com a forma pretendida. Ricardo Ferreira, engenheiro responsável pelo projecto, resume o processo de elaboração. \"A panela foi feita à mão, desde os moldes à pintura\", diz ao JN.
O pote vai servir para cozinhar um guisado de javali para mais de 2000 pessoas, confeccionado com 700 quilos de carne proveniente de 18 porcos selvagens. Tal e qual se faz após as montarias nas aldeias de Bragança, mas numa proporção gigante.
Como cozinhar a uma altura de dois metros, num pote aquecido a lenha, foi outro desafio, este colocado à organização da feira. A solução para mexer 700 quilos de carne vai passar por um sistema mecânico que assim substituirá a força braçal. \"Um sistema lento para não esmagar a carne, já que as batatas serão cozinhadas à parte\", explica Rui Caseiro, vice-presidente da Câmara de Bragança, entidade organizadora.
O javali vai ser cozinhado todos os dias da feira no pote gigante. A refeição completa custará 10 euros por pessoa.

João Costa in JN, 2007-10-14
In Diério de Trás-os-Montes
 

O VERDADEIRO AMOR SEGUNDO WISLAWA SZYMBORSKA

O verdadeiro amor. É normal, é sério, é prático?
O que é que o mundo ganha com duas pessoas que vivem num mundo delas próprias?
 
Colocadas no mesmo pedestal sem mérito nenhum, extraídas ao acaso entre milhões, mas convencidas que era assim que tinha de ser - em prémio de quê? De nada.
A luz desce de qualquer lado.
Porquê nestas duas e não noutras?
Não é isto uma injustiça? É sim.
Não é contra os princípios estabelecidos com diligência e derruba a moral no seu cume? Sim, as duas coisas.
 
Olha para este casal feliz.
Não podiam ao menos tentar esconder-se, fingindo um pouco de melancolia, por cortesia com os seus amigos?
Ouçam como riem - é um insulto a linguagem que usam - ilusoriamente clara.
E aquelas pequenas celebrações, rituais, as mútuas rotinas elaboradas - parece mesmo um acordo feito nas costas da humanidade.
 
É difícil prever a que ponto as coisas chegariam se as pessoas começassem a seguir o seu exemplo.
O que aconteceria à religião e à poesia?
O que seria recordado? Ou renunciado?
Quem quereria ficar dentro dos limites?
 
O verdadeiro amor. É mesmo necessário?
O tacto e o silêncio aconselham-nos a passar por cima dele em silêncio, como sobre um escândalo na alta roda da vida.
Crianças absolutamente maravilhosas nasceram sem a sua ajuda.
E ele chega tão raramente que nem num milhão de anos conseguiriam povoar o planeta.
 
Deixem que as pessoas que nunca encontraram o verdadeiro amor continuem a dizer que tal coisa não existe.
 
Com essa fé será mais fácil para eles viver e morrer.
 
(Wislawa Szymborska)
Pequenas alfaias agrícolas


Bugigangas campestres

Que Parva que eu sou - Deolinda

 
Sou da geração sem remuneração
e não me incomoda esta condição.
Que parva que eu sou!
 
 
Porque isto está mal e vai continuar,
já é uma sorte eu poder estagiar.
Que parva que eu sou!
E fico a pensar,
que mundo tão parvo
onde para ser escravo é preciso estudar.
 
Sou da geração ‘casinha dos pais’,
se já tenho tudo, pra quê querer mais?
Que parva que eu sou!
Filhos, marido, estou sempre a adiar
e ainda me falta o carro pagar,
Que parva que eu sou!
E fico a pensar
que mundo tão parvo
onde para ser escravo é preciso estudar.
 
Sou da geração ‘vou queixar-me pra quê?’
Há alguém bem pior do que eu na TV.
Que parva que eu sou!
Sou da geração ‘eu já não posso mais!’
que esta situação dura há tempo demais
E parva não sou!
E fico a pensar,
que mundo tão parvo
onde para ser escravo é preciso estudar.
Freixiel

Professores

Com humor: A nova ortografia - Um cê a mais.

 
Um "cê" a mais
Manuel Halpern
 
Quando eu escrevo a palavra ação, por magia ou pirraça, o computador retira automaticamente o c na pretensão de me ensinar a nova grafia. De forma que, aos poucos, sem precisar de ajuda, eu próprio vou tirando as consoantes que, ao que parece, estavam a mais na língua portuguesa. Custa-me despedir-me daquelas letras que tanto fizeram por mim. São muitos anos de convívio. Lembro-me da forma discreta e silenciosa como todos estes cês e pês me acompanharam em tantos textos e livros desde a infância. Na primária, por vezes gritavam ofendidos na caneta vermelha da professora: não te esqueças de mim! Com o tempo, fui-me habituando à sua existência muda, como quem diz, sei que não falas, mas ainda bem que estás aí. E agora as palavras já nem parecem as mesmas. O que é ser proativo?  Custa-me admitir que, de um dia para o outro, passei a trabalhar numa redação, que há espetadores nos espetáculos e alguns também nos frangos, que os atores atuam e que, ao segundo ato, eu ato os meus sapatos.
Depois há os intrusos, sobretudo o erre, que tornou algumas palavras arrevesadas e arranhadas, como neorrealismo ou autorretrato. Caíram hifenes e entraram erres que andavam errantes. É uma união de facto, para não errar tenho a obrigação de os acolher como se fossem família. Em 'há de' há um divórcio, não vale a pena criar uma linha entre eles, porque já não se entendem. Em veem e leem, por uma questão de fraternidade, os és passaram a ser gémeos, nenhum usa chapéu. E os meses perderam importância e dignidade, não havia motivo para terem privilégios, janeiro, fevereiro, março são tão importantes como peixe, flor, avião. Não sei se estou a ser suscetível, mas sem p algumas palavras são uma autêntica deceção, mas por outro lado é ótimo que já não tenham.
As palavras transformam-nos. Como um menino que muda de escola, sei que vou ter saudades, mas é tempo de crescer e encontrar novos amigos. Sei que tudo vai correr bem, espero que a ausência do cê não me faça perder a direção, nem me fracione, nem quero tropeçar em algum objeto abjeto. Porque, verdade seja dita, hoje em dia, não se pode ser atual nem atuante com um cê a atrapalhar.