FREIXIEL

Ao fundo do vale da Cabreira,
Sobre terra chã e soalheira,
Alveja entre vinhas e olivais!
Por altas montanhas cercada,
É pérola em concha guardada,
Envolta em coloridos corais!

Quem do alto da serra a vê,
É livro que se abre e se lê,
Ilustrado a matizado de cores!
Mosaico de leiras tratadas,
Como aguarelas pintadas
A mãos calosas de lavradores!

Lá no sobranceiro santuário
Impera a Senhora do Rosário,
Na alva capela de pedra e cal!
Sentinela em alerta permanente,
Abrigo espiritual da sua gente,
Bênção das lides de todo o vale.

Gente nobre que honra o labor
E com o esforço do seu suor
Enaltece a aldeia que a inebria!
Tem na terra o valioso tesouro,
Extraindo dela os frutos d’ouro,
Para o sustento de cada dia.

No transmontano nordeste,
Freixiel, oásis em meio agreste,
Recanto que serena e acalma!
É o orgulho de quem lá mora,
A nostalgia dos que estão fora,
Todos eles a trazem na alma!

Manuel Sousa
(Folgares)
Agosto 2010