Aqui vai uma sugestão! visitar Freixiel, no Nordeste Transmontano...

No foral dado a Freixiel por D. Sancho Fernandes no séc. XII pode ler-se que o termo de Freixiel se podia encontrar da “Alagria de Zedes e daí à cruz água vertente e daí às Lages de Cima de Val Torno”. Folgares ainda hoje pertence à freguesia de Freixiel, Pereiros pertenceu ao seu concelho bem como Mogo de Malta.
Freixiel mergulha na história da região, da nação e do homem e são numerosos os locais a visitar.
Aqui sugerimos um percurso, que mesmo sem a valiosa explicação de Cristiano Morais, filho da terra, que é um profundo conhecedor de todos os locais, pois percorre-os desde a sua juventude, pesquisando tudo o que se relacione com a sua terra. É uma pessoa bem disposta, que gosta de partilhar o conhecimento acumulado, sendo pois a pessoa certa para procurar na aldeia.
Comecemos então na Rua Grande, onde está o Solar dos Araújos Borges com a representação do brasão com armas dos Araújos e dos Borges. Aqui morou um Fidalgo da Casa Real, coronel das Milícias em Chaves. Viria mais tarde a pertencer aos Condes de Vinhais por motivo de casamento.
Seguimos para a Rua da Casa do Concelho, onde existe uma pequena escultura incrustada na padieira da porta de uma garagem de uma casa recente. Pensa-se que representava uma figura antropomórfica. A escultura pode estar incompleta, pois não é visível à primeira vista, qualquer formação identificável com a cabeça. Segundo Cristiano Morais, não há dúvida que representa uma divindade com relação à fertilidade apontando a representação de órgãos sexuais femininos. A representação de figuras femininas com formas muito acentuadas, também chamadas Deusas Mães, remonta a umas boas dezenas de milhares de anos antes de Cristo (Paleolítico), sendo-lhes atribuído um poder mágico ligado à fertilidade. A juntar à estranheza da escultura, surge a interrogação pelo facto da mesma ser encontrada na casa onde se encontra, quando se procediam a obras.
Continuando, encontramos o Pelourinho, trata-se de um Pelourinho manuelino erguido sobre um soco quadrado de quatro degraus que compensam o desnível do terreno. A coluna, de base quadrangular com os cantos chanfrados, tem junto à base uma argola esculpida. O fuste, de 6,42 m de altura, é hexagonal e tem no seu topo as arestas decoradas com florões, de modo a transformar o hexágono em quadrado. O capitel, paralelepipédico com os cantos chanfrados, tem as faces parcialmente côncavas, decoradas com florões e outros motivos. O remate é igualmente paralelepipédico, e ostenta numa face as armas nacionais e nas outras símbolos heráldicos, hoje pouco perceptíveis, sendo encimado por uma pequena pirâmide.
Muito fica por dizer e principalmente para ver.... espero ter despertado um pouco de interesse e curiosidade para “rumarem” ao Nordeste transmontano e descobrirem todas as maravilhas que aqui se encontram à vossa espera.....