Fernando Pessoa

 
"Um dia a maioria de nós irá separar-se.
Sentiremos saudades de todas as conversas atiradas fora,
das descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos,
dos tantos risos e momentos que partilhámos.

Saudades até dos momentos de lágrimas, da angústia, das
vésperas dos fins-de-semana, dos finais de ano, enfim...
do companheirismo vivido.
 
Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre.

Hoje já não tenho tanta certeza disso.
Em breve cada um vai para seu lado, seja
pelo destino ou por algum
desentendimento, segue a sua vida.

Talvez continuemos a encontrar-nos, quem sabe... nas cartas
que trocaremos.
Podemos falar ao telefone e dizer algumas tolices...
Aí, os dias vão passar, meses... anos... até este contacto
se tornar cada vez mais raro.

Vamo-nos perder no tempo...

Um dia os nossos filhos verão as nossas fotografias e
perguntarão:
Quem são aquelas pessoas?
Diremos... que eram nossos amigos e... isso vai doer tanto!

- Foram meus amigos, foi com eles que vivi tantos bons
anos da minha vida!
A saudade vai apertar bem dentro do peito.
Vai dar vontade de ligar, ouvir aquelas vozes novamente...
 
Quando o nosso grupo estiver incompleto...
reunir-nos-emos para um último adeus a um amigo.
E, entre lágrimas, abraçar-nos-emos.
Então, faremos promessas de nos encontrarmos mais vezes
daquele dia em diante.

Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a viver a
sua vida isolada do passado.
E perder-nos-emos no tempo...

Por isso, fica aqui um pedido deste humilde amigo: não
deixes que a vida
passe em branco, e que pequenas adversidades sejam a causa de
grandes tempestades...

 
Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem
morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem
todos os meus amigos!"

Ó Freixiel

Ó Freixiel terra linda onde eu nasci
Outra assim igual tão linda eu nunca vi
O meu coração s’tá nesta canção
Vai nela o amor qu’eu sinto por ti.

No meio da Rua Grande está um laço d’algodão
Todos passam e não caem só eu caí na prisão.
O meu coração está nesta canção
Vai nela o amor qu’eu sinto por ti.

O Pelourinho da Praça deita bandeiras de luto
Os rapazes emigram, raparigas choram muito.
O meu coração está nesta canção
Vai nela o amor qu’eu sinto por ti.
FELIZ NATAL

Feliz? Não! Cansado…

Estou cansado, é claro,
Porque, a certa altura,
a gente tem que estar cansado.
De que estou cansado, não sei:
De nada me serviria sabê-lo,
Pois o cansaço fica na mesma.
A ferida dói como dói
E não em função da causa que a produziu.
Sim, estou cansado,
E um pouco sorridente
De o cansaço ser só isto
— Uma vontade de sono no corpo,
Um desejo de não pensar na alma,
E por cima de tudo uma transparência lúcida
Do entendimento retrospectivo...
E a luxúria única de não ter já esperanças?
Sou inteligente; eis tudo.
Tenho visto muito e entendido muito
o que tenho visto,
E há um certo prazer até no cansaço que isto nos dá,
Que afinal a cabeça sempre serve para qualquer coisa.

Álvaro de Campos, in "Poemas"
Bolo Rei




Sabia que...
...o Bolo Rei é um bolo tradicional português, com origem em França, que se consome na época do Natal até ao Dia de Reis. A sua forma faz alusão a uma coroa e no interior encontram-se passas, frutos secos, frutas cristalizadas e a tradicional fava, que faz com que quem a receber tenha de oferecer o Bolo Rei no ano seguinte.

...a existência da fava no Bolo Rei tem uma lenda, segundo a qual os Reis Magos teriam disputado entre si o direito de entregar ao Menino Jesus os presentes que levavam. Para pôr termo à discussão, um padeiro propôs fazer um bolo com uma fava no interior da massa e, em seguida, cada um dos três Reis Magos escolheria uma fatia que se tivesse a fava faria com que fosse o escolhido para entregar os presentes ao Menino Jesus.
No entanto, não se sabe qual dos Reis Magos foi o contemplado.


Feliz Natal
Bom Ano Novo
Natal 2010

 
Ri.
Perdoa.
Pede ajuda.
Faz um favor.
Delega algumas tarefas.
Sorri calmamente aos filhos.
Dá sinceramente a tua opinião.
Dá um passeio. Termina um projecto.
Permite-te iluminar. Revê fotos antigas.
Elabora uma lista das coisas que fazes bem.
Olha atentamente uma flor. Perde algum tempo.
Telefona aos amigos. Introduz alguma mudança na tua vida.
Programa uma viagem, mesmo que curta. Aprende algo de novo.
Sê outra vez criança. Brinca com os outros e contigo.
Apaga a TV e conversa. Escuta a tua música preferida.
Ajuda uma pessoa de idade. Cumpre as tuas promessas.
Organiza o álbum familiar. Oferece-te um bom banho.
Hoje não te preocupes. Deixa que alguém te ajude.
Diz às pessoas amadas quanto as aprecias.
Escuta um amigo. Aceita um cumprimento.
Fecha os olhos e imagina as ondas.
Faz com que alguém se sinta bem.
Trata-te como um amigo.
Aceita as dificuldades.
Vai a uma biblioteca.
Mostra que és feliz.
Baptiza uma estrela
Pensa no que tu és.
Escuta a natureza.
Canta no chuveiro.
Pensa no que tens.
Escuta o silêncio.
Dá-te uma prenda.
Rompe um hábito.
Ama os animais.
Pinta um quadro.
Lê um bom livro.
Cultiva o amor.
Respira fundo.
Nunca desistas.
Um Poema de NATAL para o NOVO ANO

Uma pequenina luz
Uma pequenina luz
Uma pequenina luz bruxuleante
não na distância brilhando no extremo da estrada
aqui no meio de nós e a multidão em volta
une toute petite lumière
just a little light
una picolla... em todas as línguas do mundo
uma pequena luz bruxuleante
brilhando incerta mas brilhando
aqui no meio de nós
entre o bafo quente da multidão
a ventania dos cerros e a brisa dos mares
e o sopro azedo dos que a não vêem
só a adivinham e raivosamente assopram.
Uma pequena luz
que vacila exacta
que bruxuleia firme
que não ilumina apenas brilha.
Chamaram-lhe voz ouviram-na e é muda.
Muda como a exactidão como a firmeza
como a justiça.
Brilhando indefectível.
Silenciosa não crepita
não consome não custa dinheiro.
Não é ela que custa dinheiro.
Não aquece também os que de frio se juntam.
Não ilumina também os rostos que se curvam.
Apenas brilha bruxuleia ondeia
indefectível próxima dourada.
Tudo é incerto ou falso ou violento: brilha.
Tudo é terror vaidade orgulho teimosia: brilha.
Tudo é pensamento realidade sensação saber: brilha.
Tudo é treva ou claridade contra a mesma treva: brilha.
Desde sempre ou desde nunca para sempre ou não:
brilha.
Uma pequenina luz bruxuleante e muda
como a exactidão como a firmeza
como a justiça.
Apenas como elas.
Mas brilha.
Não na distância. Aqui
no meio de nós.
Brilha.
Jorge de Sena, Fidelidade (1958), Moraes, Lisboa
Fazer alcaparras

Alcaparras
- Escolhem-se as azeitonas maiores, mais carnudas, ainda verdes mas já a começar a pintar...
- Partem-se com uma pancada, apenas o suficiente para se lhes poder tirar o caroço. Devem evitar-se instrumentos metálicos, que podem provocar oxidações.
- Colocam-se numa saca de rede e deixam-se "a curar" em água corrente, numa ribeira. Se não houver uma boa ribeira, ou se a água não for limpa, ou se nas redondezas houver amigos do alheio, é preferível deixá-las em casa, num recipiente e mudar-lhes a água todos os dias.
- Ao fim de uma semana podem começar a ser servidas, temperadas na hora com sal, azeite e vinagre. Há quem junte orégãos.
- Servem-se à refeição, como salada, ou como petisco, acompanhadas com salpicão, presunto... e uma boa pinga...
BOM APETITE.
(*) Nota: não tem nenhuma relação com a alcaparra do Capparis Spinosa L, arbusto conhecido no Brasil

XVI Cantar os Reis (2010) - Freixiel

Rancho Folclórico de Freixiel (1)

O Tua é o mais belo que o rio que corre pela minha aldeia


O corpo feminino por Paulo Coelho


Não importa o quanto pesa. É fascinante tocar, abraçar e acariciar o corpo de uma mulher. Saber seu peso não nos proporciona nenhuma emoção.

Não temos a menor ideia de qual seja seu manequim. Nossa avaliação é visual, isso quer dizer, se tem forma de guitarra... está bem. Não nos importa quanto medem em centímetros - é uma questão de proporções, não de medidas.

As proporções ideais do corpo de uma mulher são: curvilíneas, cheinhas, femininas... . Essa classe de corpo que, sem dúvida, se nota numa fracção de segundo. As magrinhas que desfilam nas passarelas, seguem a tendência desenhada por estilistas que, diga-se de passagem, são todos gays e odeiam as mulheres e com elas competem. Suas modas são rectas e sem formas e agridem o corpo que eles odeiam porque não podem tê-los.

Não há beleza mais irresistível na mulher do que a feminilidade e a doçura.
A elegância e o bom trato, são equivalentes a mil viagras.

A maquilhagem foi inventada para que as mulheres a usem. Usem! Para andar de cara lavada, basta a nossa. Os cabelos, quanto mais tratados, melhor.

As saias foram inventadas para mostrar suas magníficas pernas...
Porque razão as cobrem com calças longas? Para que as confundam connosco? Uma onda é uma onda, as cadeiras são cadeiras e pronto. Se a natureza lhes deu
estas formas curvilíneas, foi por alguma razão e eu
reitero: nós gostamos assim. Ocultar essas formas, é como ter o melhor sofá embalado no sótão.

É essa a lei da natureza... que todo aquele que se casa com uma modelo magra, anoréctica, bulémica e nervosa logo procura uma amante cheinha, simpática, tranquila e cheia de saúde.

Entendam de uma vez! Tratem de agradar a nós e não a vocês. porque, nunca terão uma referência objectiva, do quanto são lindas, dita por uma mulher.
Nenhuma mulher vai reconhecer jamais, diante de um homem, com sinceridade, que outra mulher é linda.

As jovens são lindas... mas as de 40 para cima, são verdadeiros pratos fortes. Por tantas delas somos capazes de atravessar o atlântico a nado. O corpo muda... cresce. Não podem pensar, sem ficarem psicóticas que podem entrar no mesmo vestido que usavam aos 18. Entretanto uma mulher de 45, na qual entre na roupa que usou aos 18 anos, ou tem problemas de desenvolvimento ou está se auto-destruindo.

Nós gostamos das mulheres que sabem conduzir sua vida com equilíbrio e sabem controlar sua natural tendência a culpas. Ou seja, aquela que quando tem que comer, come com vontade (a dieta virá em Setembro, não antes; quando tem que fazer dieta, faz dieta com vontade (sem sabotagem e sem sofrer); quando tem que ter intimidade com o parceiro, tem com vontade; quando tem que comprar algo que goste, compra; quando tem que economizar, economiza.

Algumas linhas no rosto, algumas cicatrizes no ventre, algumas marcas de estrias não lhes tira a beleza. São feridas de guerra, testemunhas de que fizeram algo em suas vidas, não tiveram anos 'em formol' nem em spa... viveram! O corpo da mulher é a prova de que Deus existe. É o sagrado recinto da gestação de todos os homens, onde foram alimentados, ninados e nós, sem querer, as enchemos de estrias, de cesárias e demais coisas que tiveram que para estarmos vivos.
Cuidem-no! Cuidem-se! Amem-se!

A beleza é tudo isto.

Paulo Coelho
FALANDO de PROFESSORES.....

Um texto do séc XVI


"Nada deve ser mais importante nem mais desejável (…) do que preservar a boa disposição dos professores (…). É nisso que reside o maior segredo do bom funcionamento das escolas (…)."
"Com amargura de espírito, os professores não poderão prestar um bom serviço, nem responder convenientemente às [suas] obrigações."

Recomenda-se a todos os professores um dia de repouso semanal: "A solicitude por parte dos superiores anima muito os súbditos e reconforta-os no trabalho."

"Quando um professor desempenha o seu ministério com zelo e diligência, não seja esse o pretexto para o sobrecarregar ainda mais e o manter por mais tempo naquele encargo. De outro modo os professores começarão a desempenhar os seus deveres com mais indiferença e negligência, para que não lhes suceda o mesmo."

Incentivar e valorizar a sua produção literária: porque "a honra eleva as artes."
"Em meses alternados, pelo menos, o reitor deverá chamar os professores (…) e perguntar-lhes-á, com benevolência, se lhes falta alguma coisa, se algo os impede de avançar nos estudos e outras coisas do género. Isto se aplique não só com todos os professores em geral, nas reuniões habituais, mas também com cada um em particular, a fim de que o reitor possa dar-lhes mais livremente sinais da sua benevolência, e eles próprios possam confessar as suas necessidades, com maior liberdade e confiança. Todas estas coisas concorrem grandemente para o amor e a união dos mestres com o seu superior. Além disso, o superior tem assim possibilidade de fazer com maior proveito algum reparo aos professores, se disso houver necessidade."

"I. 22. Para as letras, preparem-se professores de excelência.
Para conservar (…) um bom nível de conhecimento de letras e de humanidades, e para assegurar como que uma escola de mestres, o provincial deverá garantir a existência de pelo menos dois ou três indivíduos que se distingam notoriamente em matéria de letras e de eloquência. Para que assim seja, alguns dos que revelarem maior aptidão ou inclinação para estes estudos serão designados pelo provincial para se dedicarem imediatamente àquelas matérias – desde que já possuam, nas restantes disciplinas, uma formação que se considere adequada. Com o seu trabalho e dedicação, poder-se-á manter e perpetuar como que uma espécie de viveiro para uma estirpe de bons professores.

II. 20. Manter o entusiasmo dos professores
O reitor terá o cuidado de estimular o entusiasmo dos professores com diligência e com religiosa afeição. Evite que eles sejam demasiado sobrecarregados pelos trabalhos domésticos."


"Ratio Studiorum da Companhia de Jesus (1599)"
 
 
 
 
Curiosidade
 
SENTENÇA PROFERIDA EM 1487 ...NO PROCESSO CONTRA O PRIOR DE TRANCOSO


(Autos arquivados na Torre do Tombo, armário 5.o,maço 7)

"Padre Francisco da Costa, prior de Trancoso, de idade de sessenta e dois anos, será degredado de suas ordens e arrastado pelas ruas públicas nos rabos dos cavalos, esquartejado o seu corpo e postos os quartos, cabeça e mãos em diferentes distritos, pelo crime que foi arguido e que ele mesmo não contrariou, sendo acusado de ter dormido com :
Ø      Vinte e nove afilhadas e tendo delas noventa e sete filhas e trinta e sete filhos;
Ø      De cinco irmãs teve dezoito filhas;
Ø      De nove comadres trinta e oito filhos e dezoito filhas;
Ø      De sete amas teve vinte e nove filhos e cinco filhas;
Ø      De duas escravas teve vinte e um filhos e sete filhas;
Ø      Dormiu com uma tia, chamada Ana da Cunha, de quem teve três filhas, da própria mãe teve dois filhos.

Total: duzentos e noventa e nove, sendo duzentos e catorze do sexo feminino e oitenta e cinco do sexo masculino, tendo concebido em cinquenta e três mulheres"

"El-Rei D. João II lhe perdoou a morte e o mandou por em liberdade aos dezassete dias do mês de Março de 1487, com o fundamento de ajudar a povoar aquela região da Beira Alta, tão despovoada ao tempo e guardar no Real Arquivo da Torre do Tombo esta sentença, devassa e mais papéis que formaram o processo".

Sugestão de uma visita a Freixiel,no Nordeste Transmontano...

No foral dado a Freixiel por D. Sancho Fernandes no séc. XII pode ler-se que o termo de Freixiel se podia encontrar da “Alagria de Zedes e daí à cruz água vertente e daí às Lages de Cima de Val Torno”. Folgares ainda hoje pertence à freguesia de Freixiel, Pereiros pertenceu ao seu concelho bem como Mogo de Malta.
Freixiel mergulha na história da região, da nação e do homem e são numerosos os locais a visitar.
Aqui sugerimos um percurso, que mesmo sem a valiosa explicação de Cristiano Morais, filho da terra, que é um profundo conhecedor de todos os locais, pois percorre-os desde a sua juventude, pesquisando tudo o que se relacione com a sua terra. É uma pessoa bem disposta, que gosta de partilhar o conhecimento acumulado, sendo pois a pessoa certa para procurar na aldeia.

Comecemos então na Rua Grande, onde está o Solar dos Araújos Borges com a representação do brasão com armas dos Araújos e dos Borges. Aqui morou um Fidalgo da Casa Real, coronel das Milícias em Chaves. Viria mais tarde a pertencer aos Condes de Vinhais por motivo de casamento.

Seguimos para a Rua da Casa do Concelho, onde existe uma pequena escultura incrustada na padieira da porta de uma garagem de uma casa recente. Pensa-se que representava uma figura antropomórfica. A escultura pode estar incompleta, pois não é visível à primeira vista, qualquer formação identificável com a cabeça. Segundo Cristiano Morais, não há dúvida que representa uma divindade com relação à fertilidade apontando a representação de órgãos sexuais femininos. A representação de figuras femininas com formas muito acentuadas, também chamadas Deusas Mães, remonta a umas boas dezenas de milhares de anos antes de Cristo (Paleolítico), sendo-lhes atribuído um poder mágico ligado à fertilidade. A juntar à estranheza da escultura, surge a interrogação pelo facto da mesma ser encontrada na casa onde se encontra, quando se procediam a obras.

Continuando, encontramos o Pelourinho, trata-se de um Pelourinho manuelino erguido sobre um soco quadrado de quatro degraus que compensam o desnível do terreno. A coluna, de base quadrangular com os cantos chanfrados, tem junto à base uma argola esculpida. O fuste, de 6,42 m de altura, é hexagonal e tem no seu topo as arestas decoradas com florões, de modo a transformar o hexágono em quadrado. O capitel, paralelepipédico com os cantos chanfrados, tem as faces parcialmente côncavas, decoradas com florões e outros motivos. O remate é igualmente paralelepipédico, e ostenta numa face as armas nacionais e nas outras símbolos heráldicos, hoje pouco perceptíveis, sendo encimado por uma pequena pirâmide.

Muito fica por dizer e principalmente para ver.... esperamos ter despertado um pouco de interesse e curiosidade para “rumarem” ao Nordeste Transmontano e descobrirem todas as maravilhas que aqui se encontram à vossa espera.....
CURIOSIDADE

Leia o texto e descubra o que falta



Sem nenhum tropeço, posso escrever o que quiser sem ele, pois rico é o português e fértil em recursos diversos, tudo permitindo, mesmo o que de início, e somente de início, se pode ter como impossível. Pode dizer-se tudo com sentido completo, como se isto fosse mero ovo de Colombo.

Desde que se tente sem se pôr inibido, pode muito bem o leitor empreender este belo exercício, dentro do nosso fecundo e peregrino dizer português, puríssimo instrumento dos nossos melhores escritores e mestres do verso, instrumento que nos legou monumentos dignos de eterno e honroso reconhecimento

Trechos difíceis se resolvem com sinónimos. Observe-se bem: é certo que, em se querendo, esgrime-se sem limites com este divertimento instrutivo.
Brinque-se mesmo com tudo. É um belíssimo desporto do intelecto, pois escrevemos o que quisermos sem o "E" ou sem o "I" ou sem o "O" e, conforme meu exclusivo desejo, escolherei outro, discorrendo livremente, por exemplo, sem o "P", "R" ou "F", ou o que quiser escolher. Podemos, em estilo corrente
repetir sempre um som ou mesmo escrever sem verbos.

Com o concurso de termos escolhidos, isso pode ir longe, escrevendo-se todo um discurso, um conto ou um livro inteiro sobre o que o leitor melhor preferir. Porém mesmo sem o uso pernóstico dos termos difíceis, muito e muito se prossegue do mesmo modo, discorrendo sobre o objecto escolhido, sem impedimentos. Deploro sempre ver moços deste século inconscientemente esquecerem e oprimirem nosso português, hoje culto e belo, querendo substituí-lo pelo inglês. Por quê?

Cultivemos nosso polifónico e fecundo verbo, doce e melodioso, porém incisivo e forte, messe de luminosos estilos, voz de muitos povos, escrínio de belos versos e de imenso porte, ninho de cisnes e de condores.

Honremos o que é nosso, ó moços estudiosos, escritores e professores.
Honremos o digníssimo modo de dizer que nos legou um povo humilde, porém viril e cheio de sentimentos estéticos, pupilo de heróis e de nobres descobridores de mundos novos.


Descobriu?



Não tem letra A.

CURIOSIDADE

Leia e descubra o que falta no texto




Sem nenhum tropeço, posso escrever o que quiser sem ele, pois rico é o português e fértil em recursos diversos, tudo permitindo, mesmo o que de início, e somente de início, se pode ter como impossível. Pode dizer-se tudo com sentido completo, como se isto fosse mero ovo de Colombo.

Desde que se tente sem se pôr inibido, pode muito bem o leitor empreender este belo exercício, dentro do nosso fecundo e peregrino dizer português, puríssimo instrumento dos nossos melhores escritores e mestres do verso, instrumento que nos legou monumentos dignos de eterno e honroso reconhecimento

Trechos difíceis se resolvem com sinónimos. Observe-se bem: é certo que, em se querendo, esgrime-se sem limites com este divertimento instrutivo.
Brinque-se mesmo com tudo. É um belíssimo desporto do intelecto, pois escrevemos o que quisermos sem o "E" ou sem o "I" ou sem o "O" e, conforme meu exclusivo desejo, escolherei outro, discorrendo livremente, por exemplo, sem o "P", "R" ou "F", ou o que quiser escolher. Podemos, em estilo corrente
repetir sempre um som ou mesmo escrever sem verbos.

Com o concurso de termos escolhidos, isso pode ir longe, escrevendo-se todo um discurso, um conto ou um livro inteiro sobre o que o leitor melhor preferir. Porém mesmo sem o uso pernóstico dos termos difíceis, muito e muito se prossegue do mesmo modo, discorrendo sobre o objecto escolhido, sem impedimentos. Deploro sempre ver moços deste século inconscientemente esquecerem e oprimirem nosso português, hoje culto e belo, querendo substituí-lo pelo inglês. Por quê?

Cultivemos nosso polifónico e fecundo verbo, doce e melodioso, porém incisivo e forte, messe de luminosos estilos, voz de muitos povos, escrínio de belos versos e de imenso porte, ninho de cisnes e de condores.

Honremos o que é nosso, ó moços estudiosos, escritores e professores.
Honremos o digníssimo modo de dizer que nos legou um povo humilde, porém viril e cheio de sentimentos estéticos, pupilo de heróis e de nobres descobridores de mundos novos.


Descobriu?



Não tem letra A.
CURIOSIDADE

Leia o texto e descubra o que falta no texto



Sem nenhum tropeço, posso escrever o que quiser sem ele, pois rico é o português e fértil em recursos diversos, tudo permitindo, mesmo o que de início, e somente de início, se pode ter como impossível. Pode dizer-se tudo com sentido completo, como se isto fosse mero ovo de Colombo.

Desde que se tente sem se pôr inibido, pode muito bem o leitor empreender este belo exercício, dentro do nosso fecundo e peregrino dizer português, puríssimo instrumento dos nossos melhores escritores e mestres do verso, instrumento que nos legou monumentos dignos de eterno e honroso reconhecimento

Trechos difíceis se resolvem com sinónimos. Observe-se bem: é certo que, em se querendo, esgrime-se sem limites com este divertimento instrutivo.
Brinque-se mesmo com tudo. É um belíssimo desporto do intelecto, pois escrevemos o que quisermos sem o "E" ou sem o "I" ou sem o "O" e, conforme meu exclusivo desejo, escolherei outro, discorrendo livremente, por exemplo, sem o "P", "R" ou "F", ou o que quiser escolher. Podemos, em estilo corrente
repetir sempre um som ou mesmo escrever sem verbos.

Com o concurso de termos escolhidos, isso pode ir longe, escrevendo-se todo um discurso, um conto ou um livro inteiro sobre o que o leitor melhor preferir. Porém mesmo sem o uso pernóstico dos termos difíceis, muito e muito se prossegue do mesmo modo, discorrendo sobre o objecto escolhido, sem impedimentos. Deploro sempre ver moços deste século inconscientemente esquecerem e oprimirem nosso português, hoje culto e belo, querendo substituí-lo pelo inglês. Por quê?

Cultivemos nosso polifónico e fecundo verbo, doce e melodioso, porém incisivo e forte, messe de luminosos estilos, voz de muitos povos, escrínio de belos versos e de imenso porte, ninho de cisnes e de condores.

Honremos o que é nosso, ó moços estudiosos, escritores e professores.
Honremos o digníssimo modo de dizer que nos legou um povo humilde, porém viril e cheio de sentimentos estéticos, pupilo de heróis e de nobres descobridores de mundos novos.


Descobriu?



Não tem letra A.
   
 Tão actual em 1969, como hoje...
E depois ainda dizem que a tradição já não é o que era!!!  


Soneto quase inédito
        
 Surge Janeiro frio e pardacento,
Descem da serra os lobos ao povoado;
Assentam-se os fantoches em São Bento
E o Decreto da fome é publicado.

Edita-se a novela do Orçamento;
Cresce a miséria ao povo amordaçado;
Mas os biltres do novo parlamento
Usufruem seis contos de ordenado.

E enquanto à fome o povo se estiola,
Certo santo pupilo de Loyola,
Mistura de judeu e de vilão,

Também faz o pequeno "sacrifício"
De trinta contos - só! - por seu ofício
Receber, a bem dele... e da nação.  
 
  
 JOSÉ RÉGIO Soneto escrito em 1969.
POIS BEM

Affonso Lopes Vieira

Se um inglês ao passar me olhar com desdém,
num sorriso de dó eu pensarei: — Pois bem!
se tens agora o mar e a tua esquadra ingente,
fui eu que te ensinei a nadar, simplesmente.
Se nas Índias flutua essa bandeira inglesa,
fui eu que t'as cedi num dote de princesa.
e para te ensinar a ser correcto já,
coloquei-te na mão a xícara de chá..

E se for um francês que me olhar com desdém,
num sorriso de dó eu pensarei: — Pois bem!
Recorda-te que eu tenho esta vaidade imensa
de ter sido cigarra antes da Provença.
Rabelais, o teu génio, aluno eu o ensinei
Antes de Montgolfier, um século! Voei
E do teu Imperador as águias vitoriosas
fui eu que as depenei primeiro, e ás gloriosas
o Encoberto as levou, enxotando-as no ar,
por essa Espanha acima, até casa a coxear

E se um Yankee for que me olhar com desdém,
Num sorriso de dó eu pensarei: — Pois bem!
Quando um dia arribei á orla da floresta,
Wilson estava nu e de penas na testa.
Olhava para mim o vermelho doutor,
— eu era então o João Fernandes Labrador..
E o rumo que seguiste a caminho da guerra
Fui eu que to marquei, descobrindo a tua terra.

Se for um Alemão que me olhar com desdém,
num sorriso de dó eu pensarei: — Pois bem!
Eras ainda a horda e eu orgulho divino,
Tinha em veias azuis gentil sangue latino.
Siguefredo esse herói, afinal é um tenor...
Siguefredos hei mil, mas de real valor.
Os meus deuses do mar, que Valhala de Glória!
Os Nibelungos meus estão vivos na História.

Se for um Japonês que me olhar com desdém,
num sorriso de dó eu pensarei: — Pois bem!
Vê no museu Guimet um painel que lá brilha!
Sou eu que num baixel levo a Europa á tua ilha!
Fui eu que te ensinei a dar tiros, ó raça
belicosa do mundo e do futuro ameaça.
Fernão Mendes Zeimoto e outros da minha guarda
foram-te pôr ao ombro a primeira espingarda.

Enfim, sob o desdém dos olhares, olho os céus;
Vejo no firmamento as estrelas de Deus,
e penso que não são oceanos, continentes,
as pérolas em monte e os diamantes ardentes,
que em meu orgulho calmo e enorme estão fulgindo:
— São estrelas no céu que o meu olhar, subindo,
extasiado fixou pela primeira vez...
Estrelas coroai meu sonho Português!
P.S.

A um Espanhol, claro está, nunca direi: — Pois bem!
Não concebo sequer que me olhe com desdém.

Definição de PROFESSOR

O material escolar mais barato que existe na praça é o professor!
É jovem, não tem experiência.
É velho, está superado.
Não tem automóvel, é um pobre coitado.
Tem automóvel, chora de "barriga cheia".
Fala em voz alta, vive gritando.
Fala em tom normal, ninguém escuta.
Não falta à escola, é um "Adesivo".
Precisa faltar, é um "turista".
Conversa com os outros professores, está "malhando" nos alunos.
Não conversa, é um desligado.
Dá muita matéria, não tem dó do aluno.
Dá pouca matéria, não prepara os alunos.
Brinca com a turma, é metido a engraçado.
Não brinca com a turma, é um chato.
Chama a atenção, é um grosso.
Não chama a atenção, não se sabe impor.
A prova é longa, não dá tempo.
A prova é curta, tira as hipóteses do aluno.
Escreve muito, não explica.
Explica muito, o caderno não tem nada.
Fala correctamente, ninguém entende.
Fala a "língua" do aluno, não tem vocabulário.
Exige, é rude.
Elogia, é debochado.
O aluno é retido, é perseguição.
O aluno é aprovado, deitou "água-benta".

É! O professor está sempre errado, mas, se conseguiu ler até aqui,
agradeça a ele.

Jô Soares

FREIXIEL

Ao fundo do vale da Cabreira,
Sobre terra chã e soalheira,
Alveja entre vinhas e olivais!
Por altas montanhas cercada,
É pérola em concha guardada,
Envolta em coloridos corais!

Quem do alto da serra a vê,
É livro que se abre e se lê,
Ilustrado a matizado de cores!
Mosaico de leiras tratadas,
Como aguarelas pintadas
A mãos calosas de lavradores!

Lá no sobranceiro santuário
Impera a Senhora do Rosário,
Na alva capela de pedra e cal!
Sentinela em alerta permanente,
Abrigo espiritual da sua gente,
Bênção das lides de todo o vale.

Gente nobre que honra o labor
E com o esforço do seu suor
Enaltece a aldeia que a inebria!
Tem na terra o valioso tesouro,
Extraindo dela os frutos d’ouro,
Para o sustento de cada dia.

No transmontano nordeste,
Freixiel, oásis em meio agreste,
Recanto que serena e acalma!
É o orgulho de quem lá mora,
A nostalgia dos que estão fora,
Todos eles a trazem na alma!

Manuel Sousa
(Folgares)
Agosto 2010

Freixiel - vista geral

Desaparecimento trágico da antiga professora

Transcrição da notícia "Brigantia, 2010-06-06 In DTM "

Professora reformada encontrada morta em circunstâncias suspeitas

Uma idosa foi encontrada morta, na aldeia de Freixiel, concelho de Vila Flor, com sinais de violência. A Polícia Judiciária está a investigar o caso por haver suspeita de crime.

O corpo de Izolina Ramos, de 88 anos, foi encontrado por Daniel Pinto, caseiro da quinta, propriedade da idosa, num anexo da residência.

“Acabei o trabalho e dirige-me a casa. Bati à porta mas não atendeu. Ela tem uma cozinha independente e vi a porta aberta e ela costumava-a ter sempre fechada. Dirigi-me lá e vi-a no chão”, explicou.

Por coincidência naquele momento passava no local uma patrulha da GNR de Vila Flor que de imediato isolou o local.

Depois de o delegado de saúde ter analisado o corpo, foi chamada a Polícia Judiciária.
As autoridades colocam a hipótese de poder ter ocorrido um assalto ao qual a idosa terá oferecido resistência, por alegadamente apresentar um saco na cabeça que poderá ter servido para a asfixiar.

O facto de ter sido encontrada semi-nua também leva as autoridades a suspeitar que possa ter ocorrido uma violação. Pormenores em que Daniel Pinto nem reparou.“Com aquela atrapalhação, não tive coragem. Só sei que estava no chão.”
Estas suspeitas só serão dissipadas através da autópsia que deverá ser realizada hoje.

Daniel Pinto trabalhava para a vítima há mais de 20 anos e não consegue compreender as circunstâncias desta morte.

“Estranho e lamento muito, uma senhora que se dava bem com todo o mundo, prestável. Toda a gente era amiga dele. Foi sempre humilde e ajudava toda a gente”, lamenta, emocionado.

O choque provocado por este crime era bem visível, ontem, nas pessoas que mais de perto conviveram com a que foi professora primária de muitos dos habitantes.

Armando Fidalgo, de 74 anos, é um dos deles:
“Fui para a escola a primeira vez, com ela, tinha seis anos. Fui aluno no primeiro ano em que ela deu aulas, há 68 anos. Era a melhor professora de todos os tempos, mas um bocadinho severa, à moda antiga. Mas foi impecável enquanto deu aulas.”

Isolina Ramos era natural de Horta do Douro, Vila Nova de Foz Côa. Foi colocada como professora primária em Freixiel, onde casou e ficou a viver. Nunca teve filhos. Enviuvou há cerca de 15 anos e desde então vivia sozinha. Como proprietária agrícola dava emprego a Daniel Pinto durante todo o ano e sazonalmente a muitos outros.
Muito religiosa, contribuiu em larga medida, nomeadamente, para as obras de restauro da igreja e da casa paroquial. O lar de idosos está instalado numa sua propriedade.

A “Dona Isolina”, como era conhecida em Freixiel, era frequentemente convidada para festas familiares e para ser madrinha de crianças.

Brigantia, 2010-06-06
In DTM

Ó Freixiel

Ó Freixiel terra linda onde eu nasci
Outra assim igual tão linda eu nunca vi
O meu coração s’tá nesta canção
Vai nela o amor qu’eu sinto por ti.

No meio da Rua Grande está um laço d’algodão
Todos passam e não caem só eu caí na prisão.
O meu coração está nesta canção
Vai nela o amor qu’eu sinto por ti.

O Pelourinho da Praça deita bandeiras de luto
Os rapazes emigram, raparigas choram muito.
O meu coração está nesta canção
Vai nela o amor qu’eu sinto por ti.

(uma das canções cantadas pelo Grupo de Cantares de Freixiel)

CASA DO CONDE



Situa-se no Largo do Terreiro do Conde
Data de 1790 - época de construção conforme data inscrita sobre a janela de sacada, tendo sido seu primeiro possuidor Francisco António de Araújo Borges Teixeira Chaves, Fidalgo da Casa Real
Urbano e harmónico, a fachada principal confina com a rua abrindo para um largo onde confluem várias artérias.
 As fachadas laterais confinam apenas em parte com a rua uma vez que lhes foram adossados muros que delimitam quintais, um em cada fachada, que escondem o primeiro registo do edifício.
Tem planta rectangular destacando-se no ângulo SE. um corpo que corresponderia à cozinha e dependências de apoio.
Coberturas diferenciadas em telhado de quatro águas, de duas águas sobre o pequeno frontão que remata ao centro a fachada principal, de três águas no corpo a SE. e de uma água sobre o alpendre desenvolvido a E..
O aparelho é em alvenaria de granito. O frontispício virado a O. tem cunhais apilastrados, embasamento de cantaria e dois registos.
No 1º, portal ao centro com lintel curvo rematado por delgada moldura saliente em jeito de pingadoiro, flanqueado por dois pequenos vãos rectangulares; no 2º dois pares de janelas de guilhotina com moldura igual ao portal e aventais caprichosamente rematados em cogulhos simples. Ao centro, sob frontão, pedra de armas dos Araújos e Borges (MORAIS, 1988), o qual interrompe a cornija de labor simples.
O alçado N. tem ao nível do 2º registo, janelão de sacada, ornado por pilastras laterais de caneluras profundas e lintel curvo rematado por cornija curva. O lintel e a cornija apresentam um ressalto central marcando o campo onde foi inscrita a memória da edificação: "AN.MD/ CC.LX/ XXX".
Tem portada de duas folhas e guarda em ferro.
Junto ao ângulo NE., janela de guilhotina e moldura simples de cantaria com lintel curvo.
Este alçado apresenta também remate em cornija de cantaria de labor simples. No alçado E. desenvolve-se no primeiro pano da fachada o alpendre que se interrompe no segundo pano correspondente ao corpo avançado do edifício. No alçado S. rasgam-se, no 2º registo, duas janelas de guilhotina de moldura simples de cantaria com lintel curvo. No ângulo SE. desenvolve-se o corpo avançado do edifício, hoje independente.

As Fontes de Freixiel






      Situam-se no Largo da Fonte e juntas formam um belo conjunto, recentemente foram alvo de uma recuperação ficando o seu conjunto ainda mais belo.
A Fonte Romana é arcada e talvez fonte de origem medieval, ainda que nela exista a data de 1780.
      Ainda não há muitos anos, (década de 80/90), quando a água escasseava no ribeiros e poços da aldeia era aqui que as senhoras vinha lavar as roupas, pois ao lado da fonte existe ainda hoje uma pia onde se colocava a água.
      A Fonte das Bicas está ao lado da Fonte Romana. Tem duas bicas que deitam, constantemente, imensa água. Esta é quente no Inverno e muito fresca no Verão. O depósito está situado na propriedade que lhe fica nas traseira. Actualmente está tapado, mas antigamente era uma fonte de mergulho a que o povo chamava "Fonte da Bufarra". No verão, os moradores da aldeia, serviam-se imenso desta água ainda que a sua qualidade deixasse muito a desejar, problema que dura há séculos.

     Curiosidade:
Segundo o povo as águas das fontes de Freixiel "eram ruins e causadoras de muitas maleitas", mas mesmo assim era aqui que as pessoas vinham buscar água para o consumo diário.
     Fazia parte do ritual diário das moças da aldeia dirigirem-se ao fim da tarde à "Fonte Velha " com a sua cantarinha a fim de ir buscar água.
Lá os rapazes já as esperavam ansiosamente, pois a ida à fonte servia de pretexto para os casais de namorados poderem conversar um bocadinho.

COUVES!!!!!!!!!!!!

Na estrada os buracos são tantos....que o povo plantou couves como protesto!



Itinerários possíveis para conhecer um pouco de Trás os Montes

Aqui vão 3 itinerários possíveis, mas existem muitos mais... As distâncias são sempre relativamente curtas, as estradas estão mais ou menos boas, mas demora-se sempre algum tempo, pois não são IPs, nem auto estradas….
É bom planear, mas é melhor passear…toca a olhar para o mapa e partir à descoberta.
I
Indo pelo IP4 com saída em Lamas de Orelhão, a caminho de Vila Flor, seguindo para Torre de Moncorvo, visitando aí a Igreja Matriz. Segue-se para Carviçais em direcção a Castelo Branco, onde existe um solar que tem tantas janelas e portas, como dias tem o ano… Rumar depois para Castro Vicente onde existem referências a umas cavalariças dos Távoras e almoçar em Peredo, a tradicional “posta mirandesa”.
Após o almoço, seguindo para Chacim, não se pode deixar de visitar Balsamão, onde está um convento Mariano do século XVII. Regressar então via Podence, onde existe a “Casa do Careto”, passando por Macedo de Cavaleiros.
II
Indo pelo IP4 para Bragança, onde se pode visitar o Castelo, o Museu Abade Baçal, o Centro de Arte Moderna Graça Morais e depois almoçar.
No regresso vir por Mirandela, aproveitando para um bom lanche antes de voltar para casa.
III

Indo pelo IP4 com saída em Lamas de Orelhão, a caminho de Vila Flor, partindo via Alfandega da Fé, Mogadouro até Miranda do Douro, que é uma cidade fabulosa, onde se come muito bem. Após o almoço, dar um passeio no rio Douro até Espanha.
O regresso pode ser por Vimioso, indo apanhar depois o IP2, passando pela serra de Bornes, antes de voltar para casa.

Começou por ser um pequeno lago...mas transformou-se num lindo espaço, em frente do novo edifício dos Serviços Sociais da Câmara Municipal de Lisboa,

Aqui vai uma sugestão! visitar Freixiel, no Nordeste Transmontano...

No foral dado a Freixiel por D. Sancho Fernandes no séc. XII pode ler-se que o termo de Freixiel se podia encontrar da “Alagria de Zedes e daí à cruz água vertente e daí às Lages de Cima de Val Torno”. Folgares ainda hoje pertence à freguesia de Freixiel, Pereiros pertenceu ao seu concelho bem como Mogo de Malta.
Freixiel mergulha na história da região, da nação e do homem e são numerosos os locais a visitar.
Aqui sugerimos um percurso, que mesmo sem a valiosa explicação de Cristiano Morais, filho da terra, que é um profundo conhecedor de todos os locais, pois percorre-os desde a sua juventude, pesquisando tudo o que se relacione com a sua terra. É uma pessoa bem disposta, que gosta de partilhar o conhecimento acumulado, sendo pois a pessoa certa para procurar na aldeia.
Comecemos então na Rua Grande, onde está o Solar dos Araújos Borges com a representação do brasão com armas dos Araújos e dos Borges. Aqui morou um Fidalgo da Casa Real, coronel das Milícias em Chaves. Viria mais tarde a pertencer aos Condes de Vinhais por motivo de casamento.
Seguimos para a Rua da Casa do Concelho, onde existe uma pequena escultura incrustada na padieira da porta de uma garagem de uma casa recente. Pensa-se que representava uma figura antropomórfica. A escultura pode estar incompleta, pois não é visível à primeira vista, qualquer formação identificável com a cabeça. Segundo Cristiano Morais, não há dúvida que representa uma divindade com relação à fertilidade apontando a representação de órgãos sexuais femininos. A representação de figuras femininas com formas muito acentuadas, também chamadas Deusas Mães, remonta a umas boas dezenas de milhares de anos antes de Cristo (Paleolítico), sendo-lhes atribuído um poder mágico ligado à fertilidade. A juntar à estranheza da escultura, surge a interrogação pelo facto da mesma ser encontrada na casa onde se encontra, quando se procediam a obras.
Continuando, encontramos o Pelourinho, trata-se de um Pelourinho manuelino erguido sobre um soco quadrado de quatro degraus que compensam o desnível do terreno. A coluna, de base quadrangular com os cantos chanfrados, tem junto à base uma argola esculpida. O fuste, de 6,42 m de altura, é hexagonal e tem no seu topo as arestas decoradas com florões, de modo a transformar o hexágono em quadrado. O capitel, paralelepipédico com os cantos chanfrados, tem as faces parcialmente côncavas, decoradas com florões e outros motivos. O remate é igualmente paralelepipédico, e ostenta numa face as armas nacionais e nas outras símbolos heráldicos, hoje pouco perceptíveis, sendo encimado por uma pequena pirâmide.
Muito fica por dizer e principalmente para ver.... espero ter despertado um pouco de interesse e curiosidade para “rumarem” ao Nordeste transmontano e descobrirem todas as maravilhas que aqui se encontram à vossa espera.....



O enxame desceu à cidade!!! Parou numa montra da Avenida Almirante Reis em Lisboa...
Fotos de L.F.

Uma couve galega à porta dá sempre jeito....

BRASÃO DA FREGUESIA DE FREIXIEL





   Descrição: escudo peninsular de negro, com um sobreiro de ouro frutado e descortiçado de prata; em chefe, uma coroa de espinhos de ouro; em contrachefe, um monte de um só cômoro de prata.    Coroa mural de prata, com quatro torres visíveis, pelo facto de ser um extinto concelho. Listel branco, com a legenda a negro, em maiúsculas: «FREIXIEL – VILA FLOR».    Parecer da Comissão de Heráldica da Associação dos Arqueólogos Portugueses, emitido a 11 de Setembro de 2000.